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19/11/2008

Malaria


Doenças infecciosas causadas por patógenos intracelulares tais como a malária, a leishmaniose e a tuberculose  são responsabilizadas como as maiores causas de morbidade e mortalidade em escala mundial.

 

A malária persiste como um dos maiores problemas de saúde pública em muitos países, com a ocorrência de 300 a 500 milhões de novos  casos de infeccção, resultando em 1 a 2 milhões de mortes anualmente principalmente devido ao fato do surgimento e disseminação de variedades resistentes de parasitos, que são responsáveis por uma uma dramática diminuição da eficácia dos medicamentos antiparasitários disponíveis.

 

O surgimento e disseminação de variedades resistentes de parasitos torna urgente a necesidade de desenvolvimento de novos fármacos, incluindo aqueles capazes de estimular a resposta imune celular  do organismo hospedeiro. 

 

Adicionalmente, o desenvolvimento deste tipo particular de medicamentos é especialmente importante para o tratamento de infecções causadas por patógenos intracelulares, como é o caso da malária, uma vez que as vacinas e terapias que sejam dependentes da resposta imune humoral permanecem parcial ou totalmente ineficazes contra a maior parte deste tipo de microrganismos.

 

A justificativa para a utilização  da Imunoterapia-adjuvante para o tratamento de doenças infecciosas  causadas por patógenos intracelulares baseia-se na constatação de  na maioria das infecções causadas  por estes agentes ocorre uma situação de imunidade celular defectiva ou inefetiva, relacionada à uma resposta do tipo TH-1 deprimida e também associada à uma redução dos níveis fisiológicos do Interferon-gama.

 

Consequentemente, a utilização da Imunoterapia-adjuvante com o emprego de imunomoduladores tais como os Interferons, principalmente o  Interferon-gama, visando restabelecer os níveis adequados desta citocina é uma alternativa promissora preconizada para  o tratamento de  infeccções causadas por patógenos intracelulares, incluindo-se a malaria, leismaniose e tuberculose.

 

Apesar de promissora, a utilização clínica mais ampla dos Interferons  esbarra em problemas de ordem prática relacionados ao seu alto custo e a ocorrência de situações de toxicidade relacionadas ao seu uso clínico prolongado, tornando-os práticamente inviáveis para utilização em massa.

 

Para superar estas limitações um inovador  enfoque  inovador para o tratamento destas doenças, seria a utilização de compostos capazes de estimular a produção fisiológica de Interferon-gama ou o restabelecimento de níveis adequados, atavés de mecanismos imunoregulatórios.

 

Background e justificativa para o utilização do imunomodulador P-MAPA em infecções causadas por patógenos intracelulares.

 

Em malária, incluindo-se a malária associada à gravidez (pregnant associated malaria--PAM) existem fortes evidências que correlacionam a manutenção de níveis fisiológicos adequados de Interferon-gama à resistência do hospedeiro à re-infecção.

 

Os dados experimentais disponíveis sobre o imunomodulador P-MAPA mostram que o medicamento é capaz de induzir a proliferação das populações de células T, aumentar a produção de citoquinas, principalmente o Interferon-gama e a Interleucina-2 e ainda aumentar a atividade de células NK (natural killer cell) e a liberação de NO (óxido nítrico) pelos macrófagos.

 

Adicionalmente, em diversos  experimentos realizados com animais infectados com doses mortais da bactéria L.monocytogenes (microrganismo intracelular  facultativo), o P-MAPA mostrou-se capaz de proteger os animais tratados, apresentando altas taxas de sobrevivência estando tal efeito claramente relacionado  à indução de uma resposta imune celular ( resposta do tipo Th-1 ) associada ao  aumento na produção de Interferon-gama.

 

Tendo em vista estes dados experimentais que  evidenciam que o imunomodulador  P-MAPA  é capaz de estimular uma resposta imunológica específica e adequada no organismo frente a infeccções causadas por patógenos intracelulares,  ou seja uma resposta do tipo Th-1, associada ao aumento dos níveis fisiológicos de Interferon-gama, justifica-se  a investigação de suas potencialidades como terapia adjuvante nestas patologias.

 

Para esta finalidade foram utilizados dois modelos animais para estudo de infecção malárica descritos a seguir :

 

Atividade antiparasitária do P-MAPA em camundongos infectados por Plasmodium yoelii  

 

Protocolo utilizado: 

 

A eficácia do P-MAPA contra a infecção por P.yoelli foi determinada através da utilização de lotes de camundongos fêmeas da variedade C57BL/6 -SPF (specific pathogen free) com 7 semanas de idade, que foram inoculados com eritrócitos infectados (10(6) por Plasmodium yoelli.

 

Lotes de camundongos ( n= 5-7/grupo) foram tratados diariamente com o P-MAPA (0,5, 5, 50 mg/kg, i.p.) por 8 dias ( dia 0-7), inciando-se a primieira dose 1 hora após a inoculação dos parasitos ou com uma dose única de 100 mg//i.p. aplicada 24 horas após a inoculação dos parasitos, quando já existiam níveis detetáveis de parasitemia.

 

Os animais controles, foram inoculados com a mesma dosagem parasitária dos grupos com P-MAPA foram injetados apenas com solução salina e mostraram níveis máximos de parasitemia de 60,4% ( com níveis médios por grupo de 49,1 ±  7,1%) no sexto dia pós-infeccção (p.i).

 

Foram efetuadas contagens de eritrócitos infectados em lâminas coradas pela técnica da Hematoxilina-Eosina (HE) para determinação da parasitemia nos diversos grupos tratados e comparados aos animais do grupo controle.

 

 A inibição da parasitemia na fase sanguínea, foi avaliada como um percentual relativo aos grupos controle (salina) ± DP (desvio-padrâo) e os resultados comparados estatisticamente por ANOVA (one-way ANOVA).

 

Resultados:

 

Os resultados mostraram que doses diárias de 5 mg/kg de P-MAPA foram capazes de inibir os níveis de parasitemia sanguínea em mais de 50% no 5º dia pós-infeccção em relação a parasitemia avlaiada na mesma data dos animais controles.

 

Notávelmente a dose única de 100 mg/kg de P-MAPA aplicada 24 horas pós-infecção mostrou-se igualmente capaz de inibir os níveis de parasitemia sanguínea em porcentual superior a 50%, em relação aos animais controles, avalidaos na mesma data (dia 5 p.i)

 

Atividade antiparasitária do P-MAPA em camundongos infectados por Plasmodium chabaudi 

 

Protocolo utilizado:

 

A eficácia do P-MAPA contra a infecção pela variedade  P.chabaudi foi determinada através da utilização de lotes de camundongos fêmeas da variedade C57BL/6 -SPF (specific pathogen free) com 5-8 semanas de idade, que foram inoculados com uma dosagem letal de eritrócitos infectados por Plasmodium chabaudi AJ e divididos em grupos tratados com o imunomodulador e controles não tratados (salina).

 

Foram utilizadas duas dosagens de P-MAPA:

 

- Doses diárias de 5 e 50 mg/kg,  iniciando-se 1 hora após a infecção e por 9 dias.

 

- Dose única de 100 mg/kg, aplicada após decorridas 24 horas pós-infecção(p.i.)

 

Os níveis sanguíneos de  parasitemia foram avaliados (dia 6) , bem como a percentagem de sobrevivência aos 9 dias, com os resultados dos animais tratados com P-MAPA e dos controles comparados por ANOVA ( one-way ANOVA).

 

Resultados:

 

- A dosagem única ( 100 mg/kg ) mostrou-se capaz de inibir os níveis de parasitemia em 100% ( dia 6 p.i), enquanto os animais sobreviventes do grupo-controle, mostraram uma inibição percentual dos níveis sanguíneos de parasitemia ao redor 50%.

 

- Com a administração de 5 mg/kg/dia de P-MAPA , a sobrevivência dos animais, medida aos 9 dias após o início do experimento foi de 90%, enquanto os animais do grupo controle ( tratados com salina) tiveram 40% de sobreviventes no mesmo período.

 

 Referência bibliográfica : Tasic L. - 2nd World Conference on Magic Bullets - Ehrlich II - Nürnberg -Germany 2008

 

CONCLUSÕES 

 

Os resultados dos experimentos em modelos animais para infecções por microorganismos intracelulares permitem propor o seu desenvolvimento para finalidades de utilização como terapia para estas doenças, incluindo malária.

 

Como a atuação do P-MAPA se dá por mecanismos imunomodulatórios é pouco provável que seu uso possa favorecer o aparecimento de variedades resistentes, fenômeno mais associado a utlização de produtos que atuam diretamente contra os parasitos.

 

Adicionalmente, os resultados dos estudos pré-clinicos e clínicos indicam que o imunomodulador é um medicamento seguro, não estando seu uso nas dosagens preconizadas como terapêuticas associado a sinais de toxicidade significativa quando utilizado em camundongos, ratos, primatas e em ensaios preliminares em seres humanos, nisto incluindo-se ausência de sinais reveladores  de teratogenicidade e embriotoxidade  in vitro e in vivo.

 

Estas caracteristicas tornam excepcional a potencialidade do imunomodulador P-MAPA para ser proposto à futuro também em situações clínicas muito especiais, tais como a ocorrência de malária associada a gravidez (PAM) uma das formas mais graves apresentadas pela doença, manifestação clínica usualmente associada à um prognóstico adverso para a mãe e especialmente para o feto.

 

Estudos adicionais estão em andamento para a avaliação da atividade do imunomodulador P-MAPA em conjunto com os antimicrobianos já utilizados para o tratamento de infecções causadas por parasitos intracelulares, incluindo malária.

 

Tais estudos poderão acelerar a utilização do P-MAPA com um potente e valioso adjuvante à quimioterapia antiparasitária, aumentando a efetividade dos medicamentos já em uso.



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