27/09/2008

Modelos animais para estudo de câncer - Carcinoma pulmonar de Lewis

O modelo tumoral

 

 

O Carcinoma Pulmonar de Lewis, denominado 3LL ou LLC, foi isolado em 1951 a partir de um carcinoma epidermóide espontâneo de pulmão de camundongo C57BL/6 (Sugiura e Stock, 1955)

 

Esse tumor maligno transplantável é pouco hemorrágico e a maior parte do tecido tumoral é uma massa homogênea semifirme.

 

 

O carcinoma de Lewis é um modelo tumoral importante em estudos sobre o desenvolvimento de metástases e de angiogênese e de avaliação de efeitos de quimioterapia (OReilly et al., 1994).

 

 

Estudos demonstraram que a inoculação do carcinoma pulmonar de Lewis no tecido subcutâneo e sua posterior remoção favorecem o crescimento de metástases (OReilly et al., 1994).

 

 

Resultados experimentais recentes comprovaram que o tumor pulmonar de Lewis é um excelente modelo para se estudar o mecanismo de progressão tumoral incluindo metástases regionais e distantes, representativas do câncer pulmonar.

 

 

Além disso, esse modelo possibilita a investigação do papel da angiogênese no desenvolvimento tumoral e portanto, trata-se de modelo importante para a triagem de agentes capazes de inibir ou reverter esse processo (Rashidi et al., 2000).

 

P-MAPA - Efeito em Carcinoma Pulmonar de Lewis

Uma vez que as metástases formadas a partir de um tumor primário constituem-se em um grave problema para o prognóstico e tratamento do  câncer, considerou-se interessante testar o potencial do imunomodulador P-MAPA em um modelo tumoral metastático.

 

O carcinoma pulmonar de Lewis (3LL) é um importante modelo tumoral em estudos sobre o desenvolvimento de metástases, angiogênese e  muito utilizado para avaliação  da atividade de novos compostos quimioterápicos.

 

A inoculação s.c. de células do 3LL ocasiona principalmente a formação de metástases pulmonares (Tentori et al., 1995).

 

Essas características, analisadas em conjunto com os resultados positivos obtidos na evolução das metástases pulmonares de animais inoculados com Carcinoma Renal Murino (RENCA) e tratados com P-MAPA em um experimento anterior, levou à escolha deste outro modelo experimental (Carcinoma pulmonar de Lewis - 3LL), aonde o sítio principal do evento tumoral localiza-se nos pulmões, para a realização do estudo.

 

 Protocolo experimental

 

Os animais foram tratados com 3 ciclos de 5 dias utilizando-se dosagens  de 5mg/kg /dia  de P-MAPA ( 15 aplicações no total ) e acompanhados durante 100 dias.

 

Controles negativos ( tumor -sem tratamento) e controles positivos ( tumor + tratamento- IL 12 ) foram utilizados.

* IL 12 = Interleucina 12

 

Resultados

 

Um percentual de sessenta por cento de regressão tumoral e sobrevida foi observada no grupo de animais inoculados com carcinoma pulmonar de Lewis tratados com 5,0 mg kg-1 de P-MAPA,  frente aos controles, sendo o resultado obtido estatisticamente significativo (p=0,005) em relação ao controles positivo (IL-12) e negativo (sem tratamento).

 

Em paralelo, é  interessante também observar que os animais do grupo tratado com 5,0 mg kg-1 de P-MAPA no experimento que utilizou o modelo do Carcinoma Renal Murino (RENCA) apresentaram uma maior sobrevida e um menor número de metástases pulmonares em relação aos animais do grupo controle negativo.

 

Conclusões

 

Os resultados positivos obtidos com a utilização do P-MAPA em Carcinoma Pulmonar de Lewis (3LL) mostram uma ação bastante significativa do fármaco nesse modelo tumoral.

 

Os dados obtidos revelam a  grande potencialidade do composto para utilização no tratamento ou prevenção de tumores pulmonares  localizados  ou metástases pulmonares.

 

Esta potencialidade do fármaco tem significativa importância terapêutica, uma vez que a principal causa de morte em pacientes com câncer continua sendo em decorrência de processos de invasão tumoral e metástases. (Shevde e Welch, 2003; Pantel e Brakenhoff, 2004.